segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Adorada
(13 de Novembro de 2011)
Quando a chuva se anuncia
E vem com a trupe completa
É que eu me lembro da Lygia
Em seu prazer de muleca.
Prazer que vem do barulho,
Numa sinfonia divina.
Um presente sem embrulho
Para alegrar essa menina.
E o vento na medida exata
Vem seus cabelos acariciar
Com um amor que se basta.
E o cheiro do pré molhar
Faz lembrá-la que é grata
Aos pingos que irá adorar.
-ò'ó-
sábado, 12 de janeiro de 2013
Desestações
(14 de Setembro de 2010)
Acabei com a primavera
Indo para o inverno direto,
Destruindo o que de concreto,
Não sendo mais o que era,
Ainda restava sob um teto.
Apenas um gesto discreto
Pôs fim a uma eterna espera.
O inverno há de ser passageiro
Para chegar logo ao verão,
Onde se aquece a emoção,
Sem deixar de passar primeiro
Pelo outono na contramão,
Para atrasar o coração
De conquistar-se por inteiro.
A destruição é necessária
Para melhor se construir.
Mas se vir o que está por vir,
Passará à vontade primária
O eternizar sem mais desistir,
Podendo também cair
Numa cilada imaginária.
Segue a vida com seu plano.
O feito não é a fazer.
E se havia algo a temer
Não adianta cobrir com pano.
Sem medo se deve viver.
Desfiando para tecer,
Trocando as estações do ano.
*.*
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Número do Tolo
(11 de Setembro de 2010)
Olho disperso sem nada para olhar.
Tudo é vazio no meu mundo.
Só vejo você no que vejo.
Vago perdido, sem chão, sem mar.
Sinto um ano em um segundo,
Sinto por viver e ter desejo.
Que bobo da corte sem graça,
Sem chances a competir em vão,
Desprovido de um bom senso comum.
Crendo que o futuro que traça
Justifica em grande estilo o coração,
Lutando pra não ser mais um.
Prossiga firme em sua cena aberta.
Que as luzes fora de foco
Cortem um dedo do ausente cenário.
E entrando em estado de alerta,
Indagando se toco ou não toco,
Manda a calada mão ao imaginário.
Mas de que importa sua atuação?
Plateia vazia não enche o saco.
Só dois olhos tão pouco choram.
Já que se deve alguma razão,
Há de encontrar no Deus Baco.
Onde Diabos que eles não moram?
É o coração que grita desesperado:
“Eu disse antes o que interessa!
Quero ver até que ponto vai!”
Desse outro o que era esperado,
Um choro de lavar sem pressa
Na dúvida se cai não cai.
Contadas palavras hão de cantar números,
Que à aparente peça dão sentidos
Sem festa, convidado, presente ou bolo.
Sentidos que de eternos são efêmeros,
Tanto que como todos os partidos
Termina seu grande número do Tolo.
=O
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