domingo, 3 de julho de 2011

Duas Vezes Dor

(Setembro de 2001)

O Filho que não tenho chora
Aperta meu peito, pede para nascer.
Sem mãe essa criança grita
Sofre em mim, querendo viver.

É uma vida que não vive
Pelo amor que está em mim
Sem ter a quem amar
Sem ter quem me ame, enfim.

É o amor entre os dois seres
Que eu não posso amar sozinho,
Que proíbe esse meu filho
De achar o seu caminho.

A procura não é pouca
Desse amor que nunca tive
A espera é eterna
Para o pouco que se vive.

A ausência é profunda
Alojada em meu ser.
Faz da tristeza um universo
Por buscar e nunca ter.

Esse meu filho sofre esperando
Porque não encontro meu amor.
Sofro por ele e por mim,
Sinto Duas Vezes Dor.


“A mãe de meu filho
Ainda não conheço
E esse filho faz falta
Sem existir.
Essa angústia de esperar
Eu mereço.
Não vejo o dia
De poder sorrir.”


***

Forca

(Agosto de 2001)

Estou com a corda no pescoço,
Prestes a morrer enforcado.
Eu mesmo fiz a forca,
Depois de ter me apaixonado.

Ela não sabe que me apaixonei,
Age como se eu fosse um qualquer.
Estou sofrendo com essa situação.
Estou perdido, sem saber o que fazer.

Eu não posso me declarar,
Pois se falo, a forca acaba.
E há pessoas que dependem dessa forca.
Meu compromisso é mantê-la atuante, preparada.

Mas esta forca, não era forca quando a fiz.
Era minha fonte de alegria.
Agora esta corda no pescoço,
Só me traz tristeza e agonia.

Socorro! Socorro! Eu não quero morrer enforcado.
Quero que ela saiba que estou amando,
Mas o dilema me deixa paralisado.
Escrevendo esta poesia, é como se estivesse me declarando.

Não vou ficar sofrendo,
Com essa corda me apertando.
Não vou ignorar meu coração,
Ignorar que estou amando.

Vou esquecer esta forca que fiz,
Vou a ela me declarar.
Depois a forca pode me fazer feliz,
Ou pode, finalmente, me matar.


:-(

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Momentos

(Junho de 2001)

Nesse momento da vida,
Quero mais poder viver
Esquecer as tristezas
E as batalhas vencer.

O momento é agora,
Agora devemos vivê-lo.
Não vamos ignorá-lo,
Tampouco esquecê-lo.

Pessoas vão e vêm,
Se divertem divertindo.
São pessoas de várias origens
Nesse encontro quase findo.

Alegria e diversão
É o que move essa gente.
São todos alunos da vida
Aprendendo e vivendo o presente.

Vamos viver o agora,
Viver para não o perdermos,
Pois o que se foi não volta,
E o que virá não sabemos.


***