sábado, 18 de setembro de 2010

Obstáculo para Deficiente

Filme feito pela BBDO para a Federação Portuguesa de Deficientes finalista em Cannes. Simplesmente deve ser visto:

Mozart no escritório

Muito interessante. Gosto de comerciais criativos:

Dominalma

Esta foi a segunda peça que considero como peça mesmo, sem ser as "coisas" que escrevia antes de O Paraíso do Absurdo como teste. Essa foi escrita meses após o Paraíso ainda no ano 2000, mas não chegou a ser montada. Esteve em processo de ensaio avançado, porém antes de estrear o grupo da época se desfez.
O interessante dessa peça é que tudo começou as estar assistindo uma entrevista do programa do Jô Soares sobre almas e coisas afins. Talvez não seja tão interessante assim... Mas bem, segue o link:


Dominalma - Júnior Martinez.pdf



De repente, a Chuva

A chuva muda tudo. Já repararam como a chuva muda tudo? Você planeja ir ao clube, à piscina, jogar bola... Aí, vem a chuva e você fica em casa procurando o que fazer, tentando “improvisar”. Se a chuva vem com relâmpagos e trovões você se preocupa com os eletrônicos da casa. E se os trovões forem fortes, se ocupa em tirar esses eletrônicos da corrente elétrica.

De uma tarde assim nasceram os bolinhos de chuva. Não estou afirmando. Estou supondo. Imagine comigo: Numa tarde qualquer uma família planejava ir à piscina, ao rio pescar, ou então à praça passear, qualquer um desses entretenimentos ótimos com um lindo sol brilhando lá em cima. Mas de repente começou a chover, chover forte, com raios e trovões (o Dr. Victor do Castelo Rá-tim-bum que me perdoe o plágio), e essa típica família ficou presa em casa. Sem ligar a televisão, rádio, ou aparelhos eletrônicos com medo dos relâmpagos. Assim a “mãe” da família teve de inventar algo para passar o tempo. A mãe é sempre uma heroína nesses momentos. E o que essa mãe fez? Pegou alguns ingredientes no armário, desses que todos têm em casa, misturou tudo e fritou a massa toda em pequenos pedaços naquela panela cheia de óleo que talvez servira para fritar as batatinhas do almoço. Depois ainda jogou açúcar nos bolinhos fritos. Pronto! Estava inventado o bolinho de chuva. Claro que ele já existe há muito tempo, pois são nossas avós as especialistas nesse prato. Mas não é difícil de imaginar como foram inventados.

A chuva repentina também é ótima para dormir, ou para quem estiver sem sono, deitar na cama e pensar na vida. Também se pode aproveitar esse momento para escrever. Eu, por exemplo, não sei fazer bolinhos de chuva, não estou com sono, e se parar para pensar na vida, começarei a chorar mais que a chuva (sem querer entristecer o leitor), então venho aqui escrever. Escrever o bolinho, escrever a chuva. Por falar em chuva, ela já não cai mais. Só escuto agora seus trovões lá longe, dando o sinal de que ela só passou aqui para me despertar a criatividade. Ou será que passou para me por a pensar na vida? Ou então, pensando que eu estivesse cansado, só queria me por para dormir... Não. Acho que ela só passou para eu fazer uns bolinhos de chuva pensando nela. Só que ela não contava com minha ignorância culinária. Pobre chuva, perdeu viagem. Mas isso não vai acontecer novamente. Caro leitor, com licença, vou aprender a fazer bolinhos de chuva.

- 25 de março de 2001.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Conquistar

(Março de 1999)

Conquistar, não é apenas conseguir o que se quer.
É ter força e esperança o suficiente
Para a qualquer chance estar presente.
É tentar de tudo possível sem temer.
Nas horas difíceis ser inteligente,
Nas horas fáceis agir prudentemente.
É desejar de coração, sem se esconder.

A conquista é o maior prêmio que pode ser ganho.
O vencedor que a ter, será muito feliz,
Contente viverá como um aprendiz.
Para os primeiros será muito estranho,
É um risco da vida em nós como na lousa um risco de giz.
É uma experiência que se vive e não se diz.
É algo compensador, e em grande tamanho.

Muitos não a conseguem por falta de amor.
Pois antes de conseguir todo amor alheio,
Temos que conseguir o todo de nosso interior.
Para depois ir à conquista sem receio.

O maior dos desafios é conquistar a pessoa amada,
Ele é o mais perigoso também.
Pode nos ferir como nos fere uma espada,
Ou pode nos felicitar nos dando esse alguém.

Quando estiver diante de uma conquista,
Se for como a minha, pela pessoa que ama,
Entregue-se de corpo e alma sem que se insista.
Use tudo a seu alcance para acender essa chama.
Seja esperto e não se leve pela primeira vista.
E o mais importante: saiba viver um triste drama.


:)

Brasil

(Março de 1999)

Em pleno século vinte,
Eu estou no coração do mundo.
Onde nasci e onde o irmão seguinte
Tentará nascer sem ser imundo.

Neste vasto território de cor verde,
As pessoas já não são como deveriam ser.
Elas sentem fome e sentem sede,
Só não sentem seu sonho acontecer.

Os problemas vêm de todas as direções,
E a cada dia um novo aparece.
Este país está pobre, e em enormes proporções.
Quando pensamos ver uma luz, ela desaparece.

A saúde, economia, educação,
Alimento e moradia, está tudo errado.
Todo mundo procura uma solução.
Mas encontramos apenas o desagrado.

Esse povo, que muito já sofreu,
Está cansado da vida que há tempos está vivendo.
Está triste pelo muito que já perdeu.
Sua única certeza é saber que está morrendo.

Eu ainda teria milhões de problemas a descrever,
Mas me enjoa apenas o fato de pensá-los.
Agora eu gostaria de sentir tudo isso morrer,
E ver o Brasil virar Alegria, com um estalo.


:)

Amigo?

(Março de 1999)

O que é um amigo de verdade?
Será aquela pessoa ao teu lado,
Que te ajuda a ficar fora da maldade,
Que te acompanha em momentos de agrado?

Ou será aquele que te faz rir,
Que contigo conversa e em ti confia,
Que ouve e conta tudo que surgir,
E da mesma forma, começa um novo dia?

Pode ser também aquela peça rara, 
Que expressa e recebe um afeto maior que o mundo.
Essa é uma amizade diferente, renovada a cada segundo.

Mas agora, de repente, é dito na sua cara,
A palavra assassina, que acaba com tudo de uma vez só.
É a palavra ADEUS! Destruidora e sem um pingo de dó.


:)