quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Romão e Jucinéia

(Dezembro de 1999)

“Estou aqui para descrever
Um caso que assisti.
História bela de saber,
Quem quiser pode me ouvir.”

Num lugar já desconhecido
As pessoas tinham problemas.
Na guerra quase vencidos,
A vida longe de ser amena.
Seu rei sem soluções,
No reino só desilusões.

Havia um jovem solitário,
Que bondade tinha farta.
De grande poder imaginário,
Muito famoso de mata.
Com grande força e valentia,
De ir pra guerra esperava o dia.

Morava com seu pai João,
Sua mãe Maria e sua irmã Josefa.
Seu nome era Romão,
Habilidoso em muitas tarefas.
De dia trabalhava duro.
E a noite admirava o escuro.

Havia também Jucinéia,
A garota mais bela da região.
Os homens por ela tinham muitas idéias,
Porém era pura de corpo e coração.
Era uma donzela muito cuidadosa,
Cheia de problemas, porém bondosa.

Também morava com seus pais,
Dos velhinhos cuidava com muito amor.
Separar-se deles não pensava jamais.
Só tinha eles de bom, o resto era só dor.
Preocupava-se com a saúde deles.
Mas não imaginava que sintomas eram aqueles.

Os dois nunca haviam se encontrado.
Mas sempre há uma primeira vez.
Num dia de festa no povoado
Seus olhos se viram com lucidez.
Um calafrio sentiram no mesmo instante,
Algo que nunca haviam sentido antes.

Irineu, amigo de Romão,
Percebeu o sentimento que estava a desabrochar.
Logo viu que era coisa do coração,
E falou: “Amigo, você aprendeu a amar.
Já está na sua hora de descobrir esse sentimento,
Vá falar com ela para não haver arrependimento”.

Romão não sabia o que fazer,
Mas, como por instinto, foi à moça lhe falar:
“Senhorita! Desde que cheguei olho para você.
Assim descobri o que é amar.
Sei que você me entende, pois em sua expressão eu vi,
Sentimos os dois algo que eu nunca senti.”

“Cavalheiro, você tem toda razão.
Vendo-te hoje algo em mim aconteceu.
Algo novo em meu coração,
Algo que o destino um dia escreveu.
Fomos feitos um para o outro com certeza.
Um laço de amor feito pela mãe natureza.”

Passaram o resto da festa conversando.
No salão de dança estavam sentados.
Aos poucos as pessoas foram observando,
O jovem casal apaixonado.
Comentários de toda parte surgiram,
Mas para os dois, eles nunca existiram.

O tempo se passou,
E os dois já estavam casados.
Até que Jucinéia um dia encontrou,
Seus pais mortos na cama deitados.
De velhice os velhos morreram,
Mas em seu coração eles nunca faleceram.

Ficou muito triste com o acontecido,
Por sorte tinha Romão que a consolava.
Até que com o tempo havia compreendido
A ausência dos pais que tanto amava.
Ela sabia que sem o amor que por Romão sentia,
À perda de seus pais ela não sobreviveria.

Novamente felizes estavam vivendo,
Quando chegou o dia de Romão ir á guerra.
Maus pressentimentos ela estava tendo,
E juraram que aquele amor jamais sairia da terra.
Porém um fato cruel aconteceu,
Na guerra Romão morreu.

Jucinéia ficou sabendo da morte de seu amado
No mesmo instante que descobriu sua gravidez.
Seus pensamentos ficaram atordoados,
Mas seu amor lhe trouxe de volta a lucidez.
Ela só queria que ao filho o pai conhecesse.
No seu coração sentia como se o pai já soubesse.

No dia em que seu filho nasceu,
Ela foi até o túmulo de seu amado.
Foi só então que percebeu,
Que o juramento não estava acabado.
O juramento que o casal fizera um dia.
Juraram que o amor deles da terra jamais sairia.

“Aqui Romão, está a prova de nosso juramento.
Feliz do dia que te conheci com o coração.
Feliz eu sou desde aquele momento.
Aqui está o resultado dessa união.
Não se preocupe, nosso juramento não irá acabar,
Seu filho Ágape ensinará o mundo a amar.”

Essa era a estória que eu tinha a descrever.
Não vou obrigar ninguém a acreditar.
Mas em uma coisa vocês têm de crer:
“Quem ama de verdade, com Ágape aprendeu a amar.”


;-)

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