domingo, 3 de julho de 2011

Duas Vezes Dor

(Setembro de 2001)

O Filho que não tenho chora
Aperta meu peito, pede para nascer.
Sem mãe essa criança grita
Sofre em mim, querendo viver.

É uma vida que não vive
Pelo amor que está em mim
Sem ter a quem amar
Sem ter quem me ame, enfim.

É o amor entre os dois seres
Que eu não posso amar sozinho,
Que proíbe esse meu filho
De achar o seu caminho.

A procura não é pouca
Desse amor que nunca tive
A espera é eterna
Para o pouco que se vive.

A ausência é profunda
Alojada em meu ser.
Faz da tristeza um universo
Por buscar e nunca ter.

Esse meu filho sofre esperando
Porque não encontro meu amor.
Sofro por ele e por mim,
Sinto Duas Vezes Dor.


“A mãe de meu filho
Ainda não conheço
E esse filho faz falta
Sem existir.
Essa angústia de esperar
Eu mereço.
Não vejo o dia
De poder sorrir.”


***

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