domingo, 13 de novembro de 2011

Conturbações

(30 de Maio de 2002)

O beijo no rosto é um bom sinal
De que existe algo além das palavras.
Tristezas se dissolvem com um olhar.
Um abraço liberta almas escravas.
Pessoas doentes se entreolham
Fugindo de passadas mortes bravas.

Não se pode, na verdade, explicar
Como e porque da existência humana.
Quem pensa ter tudo, não tem nada,
Não pensa, não vive, se engana.
Um simples sim faz muita falta
Para derrubar a visão insana.

Beijos que calam palavras insultantes.
Olhos que vêem almas em corpos fechados.
Doentes tentam viver sem saber quem são.
Pensadores, de mãos vazias, enganados.
Quem quer saber fica a deriva de um sermão,
Quando de estátuas se esperam gestos roubados.

Os dias que se foram jamais voltarão.
O tempo passa enquanto o mundo gira.
Os animais correm atrás de seus instintos.
Os sentimentos fogem de quem os sentira.
Uma nova luta a cada novo sol.
A verdade quando chega diz se chamar mentira.

Não há mais razão nem sequer prazer.
Entregas de corpo e alma são perdidas.
Emoções surgem do acaso obscuro.
Belezas raras ficam esquecidas.
Um juramento não tem valor como devia.
Nossa ceia se faz com armas despidas.

Se haviam planos, ideias novas surgiram.
O destino se altera durante o caminho.
Enquanto houver desejo de morte,
 Haverá sede, fome e falta de carinho.
Se uma multidão morre junta de alegria,
Por que quererei eu me destruir sozinho?

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